Santo muito popular no Brasil, São Jorge
é cultuado por católicos, umbandistas e batuqueiros. Sua imagem pode ser
encontrada em espaços sagrados, em ambientes públicos e locais privados. Pensar
nos significados da devoção ao santo para diferentes religiões auxilia a
compreender as peculiares características do culto, a conhecer a devoção e a
repudiar preconceitos e intolerâncias.
Para os católicos, Jorge da Capadócia teria
sido um destacado cavaleiro na Antiguidade, capitão do Exército do imperador
romano Diocleciano, com o qual se desentendeu em defesa do Cristianismo, dando
sua vida pela fé cristã. Durante a Idade Média, a devoção ao santo se propagou
por toda a Europa, tornando-se padroeiro da Inglaterra e também de Portugal. Neste
país, foi identificado como o protetor real na fundação do reino, sendo homenageado
com a construção do “Castelo de São Jorge” e com a inclusão da imagem na
procissão do Corpo de Deus.
No Brasil colonial, a imagem adornada do
santo montado em seu cavalo seguia cortejo pelas ruas das cidades com
acompanhamento de cavaleiros e bandas musicais. Fogos de artifício e ornamentos
diversos completavam as demonstrações de devoção vivenciadas de modo festivo. Nos
dias atuais, ainda é muito venerado. No culto católico, São Jorge protege os
homens da perseguição dos inimigos, “ilumina” os caminhos e fortalece os ânimos
nas “lutas da vida”, tal como o mártir teria vencido o dragão.
Em muitas partes do Brasil, São Jorge
foi identificado a Ogum, o orixá valente do ferro e da guerra para as religiões
de matriz africana. Na África, Ogum
teria sido um rei iorubá forjador de armas e instrumentos de ferro, como a
espada, a lança e o escudo. Estes seriam os símbolos deste orixá que, segundo a
mitologia africana, ensinou os homens a dar forma ao ferro em fogo e a
desbravar os caminhos com determinação. Nos cultos afro-brasileiros, Ogum é
protetor, zelador, defensor, que estabelece a ordem das coisas. Tido como um
santo de grande valentia, destreza e atrevimento, foi cultuado como o santo
guerreiro, venerável combatente na proteção dos fiéis.
No Brasil, o culto a Ogum, tal como as
religiões afro-brasileiras em geral, foram, durante muito tempo, reprimidas e
perseguidas. Os devotos encontraram no culto ao santo uma forma positiva de
abrigar seu orixá e defender sua fé. Hoje, quando é cada vez mais comum o
diálogo inter-religioso, divulgar o dia 23 de abril, dia de São Jorge/Ogum, é
uma oportunidade de conhecimento desse culto e de respeito à fé de cada um.
Salve Jorge! Ogunhê!
Mauro
Dillmann
Publicado no jornal VS, em 15 de abril de 2013
É como diz Aline, da Cidade das Pirâmides, “Entidades são nossas identidades ligadas aos seres da natureza, Orixás e Raios por sintonia de vibração”. Salve Ogum!!! Gostei muito do blog. Vocês conhecem o Programa De Olho No Mundo?(www.deolhonomundo.com) Aline em seu programa analisa a essência humana, o mundo, astrologia, fenômenos ocultos..., em sua plenitude. Tenho certeza que vocês gostarão. Abraços.
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