Os espíritos que se apresentam como pretos velhos, seja tio, tia, pai, mãe, avô e avó adoram contar histórias do tempo do cativeiro, porém estas narrativas trazem verdadeiros ensinamentos de harmonia. Ou seja, mesmo sentados em seus banquinhos, de bengala na mão, baforando um cachimbo ou fumo de palha, fazendo benzeduras fluídicas com ramos de arruda ou guiné, com um terço entrelaçado nos dedos, cortando todo o mal com enferrujadas tesouras sem lâminas, estas entidades de luz estão trabalhando. Buscando oferecer, tanto aos consulentes como aos médiuns, a paciência e a bem-aventurança para os anseios. Amenizando dores e renovando a esperança. Estas são as formas destes simples e humildes anciões trabalharem trazendo a fé, o amor e a caridade.
Mãe preta embalava o filho branco do senhor...
Pele encarquilhada carapinha branca
Gandôla de renda caindo na anca
Embalando o berço do filho do senhor
Que há pouco tempo a sinhá ganhou...
Era assim que mãe preta fazia
Tratava todo o branco com muita alegria
Enquanto lá na senzala pai João trabalhava
Mãe preta mais uma lágrima, enxugava
Mãe preta, mãe preta ...
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